domingo, abril 15, 2007

And the winner is....

Apresento-vos o, para mim, claro vencedor do prémio para álbum nacional do ano....
Eu já aqui postei um videoclip(o primeiro da banda) mas depois de ouvir o álbum por inteiro posso dizer que há muito não ouvia um álbum português tão bem produzido, tão diverso, tão bem escrito e, apesar de não gostar do Laginha como actor (e sei bem que não tem nada a ver), tão bem cantado.
O panorama musical nacional tem muito a aprender com os membros desta banda.....e já devia ter aprendido há muito com as letras de Adolfo Lúxuria Canibal, que escreveu todos os poemas para o álbum....
De seguida duas letras de músicas do albúm :


O caixão da razão.


uivo p´ra lua
Que vai tão alta
Corro na rua
Feito um pernalta
Tanta a folia
De liberdade
Que nem o dia
Me dissuade

Quero ser animal
Velho cão sem bordão
A lamber triunfal
O caixão da razão

Mijo sem freio
Por entre a turba
Dizem que é feio
Não me perturba
Gente lacaia
Presa no luxo
Meu himalaia
É ser gaucho

Quero ser animal
Velho cão sem bordão
O lamber triunfal
O caixão da razão

Cuidado com essa
Sereia
Cuidado que morde
Sem peia

Quero ser animal
Velho cão sem bordão
A lamber triunfal
O caixão da razão


Morfina

Como é bela a deusa do meu céu

Actriz de ralé

No meu mausoléu de ninfas da maré

Faz dança do véu

Com um sururu de se tirar o chapéu

A feliz garça com o seu girar

Transmuta por dom

O meu lupanar em casa de bom tom

Angélico altar

Onde o varonil tem gosto em capitular



Bem vindos ao meu bazar

Propõe chás do Sião, pepitas do Brasil, jóias da Pérsia



Morfina

Não perdes nada em entrar

Vem ver a actuação, o exótico pernil, a doce inércia



A morfina



É tão quente a raça do seu ser

Seu jeito fatal

De dar a entrever o gozo sensual

O mole prazer

Que a carne retêm depois de esmorecer

E sem mais me deixa suspirar

Na maior nudez

Que venha a rodar a ter ser minha vez

Os braços no ar

Que me faça vir na graça do seu picar



Bem vindos ao meu bazar

Propõe chás do Sião, pepitas do Brasil, jóias da Pérsia



Morfina

Não perdes nada em entrar

Vem ver a actuação, o exótico pernil, a doce inércia



A morfina

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