Revendo o passado...

...cheguei a um conjunto de "coisas escritas" aqui postadas anteriormente, no inicio do ano 2006.
Um meu, um do Kurotenshi (que será feito dele?!), um sei lá de quem e outro "fanado" a um livro que me foi oferecido....e vou postá-los outra vez....porque sim!



Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam. Não é bonito, mas é profundo.




Mágoa

Viverei até ao dia
em que tombar,
levado pela calma
adjacente da loucura,
causada pela mágoa
de tudo o que não fiz,
por ter amado a quem
nunca me declarei;
por ter odiado quem
não o merecia;
por ter roubado tempo
à vida que vivia
(ao fim e ao cabo não me pertencia).
Obsoleta , absurda
imensidão tão
preenchida de vazio.
Um insignificante
nada no eterno
intemporal que ainda assim
me é levado.
Justa ou injustamente,
sou eu quem consome o tempo!
Ou será o tempo
que me consome a mim?

by:J.A.M.



Ódio procura-se

Procuro o meu amigo Ódio,
que há tanto tempo perdi.
Alguém me fará sofrer
para poder vê-lo por fim?!

Procuro Ódio,
meu camarada de criação.
Alguém me livre da paz de espírito
que me fode o coração!

Procuro o Ódio,
matéria-prima e Musa,
que transforma gritos e ressentimentos
E faz que a pena reluza.

by:Kurotenshi



Um poeta não fode, ama.

Um poeta não fode, ama.
Um poeta faz da página cama
Onde se deita, se contorce
Se abre e se sacia.
Um poeta toca as palavras
Como se acariciasse o corpo
E o poeta cresce
E o poeta é verso
Que rola na página cama
Onde o poeta não fode, mas ama
E acaricia o corpo/verso
E o orgasmo que tem
É a poesia!

in: ENCANDESCENTE colecção Polvo-poesia